A Justiça brasileira negou a extradição do ex-jogador de futebol Robinho para a Itália, onde ele foi condenado a nove anos de prisão por violência sexual de grupo.
Em 19 de janeiro deste ano, Robinho foi enquadrado pela Suprema Corte Italiana no artigo “609 bis” do código penal italiano, que fala sobre a participação de duas ou mais pessoas reunidas para cometer um abuso sexual.
De acordo com a agência de notícias Ansa, a decisão da Justiça brasileira se baseou no artigo 5° da Constituição Federal. Contudo, a Itália pode pedir o cumprimento da pena de Robinho no Brasil.
O pedido de extradição, feito pelo Ministério da Justiça italiano, foi divulgado no início de outubro deste ano. Em entrevista ao portal Uol, o advogado do ex-jogador, Alexander Gutierres, explicou que não pode comentar o assunto, mas que já esperava essa decisão da Justiça brasileira.
“Conhecíamos a Constituição brasileira”, disse. “Agora, esperamos que a pena seja executada no Brasil, mas sem que haja a necessidade de se fazer outro processo para isso.”
Entenda o crime de Robinho
O crime ocorreu na boate Sio Café, muito conhecida em Milão (Itália), na madrugada de 22 de janeiro de 2013. Na época, Robinho era um dos principais jogadores do time do Milan. Além dele, outros cinco brasileiros participaram do abuso sexual contra a mulher albanesa.
A vítima mora na Itália há alguns anos, e naquela noite estava com uma amiga na mesma boate para comemorar seu aniversário de 23 anos. O abuso aconteceu em um camarim no local. A polícia chegou a instalar escutas no carro do jogador para interceptar seu diálogo com os amigos.
“A mulher estava completamente bêbada”, disse Robinho em uma das conversas. Em 2014, o ex-jogador deixou a Itália, depois de ser convocado para depor na investigação que apurava o crime. Ele negou a acusação, mas confirmou que teve relações sexuais consensuais com a mulher. Em novembro de 2017, Robinho foi condenado, pela primeira vez, a nove anos de prisão. Na época, ele jogava no clube Atlético Mineiro.
Já no julgamento em segunda instância, em dezembro de 2020, a Suprema Corte italiana manteve a condenação inicial. As três juízas ressaltaram o “particular desprezo” do ex-atleta com a vítima, “brutalmente humilhada”.