Crítica – “Desencantada” quebra o encanto dos contos de fada e mostra a realidade do amor

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Desencantada
Reprodução/Internet

“Desencantada” versa sobre uma dinâmica muito parecida com a sequência de “Abracadabra”: recriar uma clássica obra, com os principais atores do elenco original, após alguns anos. E mais uma vez, a produtora alcança uma obra de sucesso, com nostalgia, fidelidade e boas referências.

Giselle (Amy Adams) vive uma realidade no seu pós “felizes para sempre”. Em Nova York, com uma atmosfera completamente diferente de Andalasia, ela começa a se sentir perdida em um mundo com o marido Robert (Patrick Dempsey) e a enteada Morgan (Gabby Baldacchino). Diante disso, ela se decide mudar e precisa lidar com os conflitos que a nova cidade propõe.

O roteiro bem articulado de J. David Stem e David N. Weiss expõe de forma síncrona algumas das principais problemáticas da trama. A princípio o descontentamento de Morgan, que está entrando na adolescência e lida com uma mudança de vida impactante para uma jovem. Em seguida, a necessidade de vivenciar um verdadeiro conto de fadas que Giselle anseia, mas apesar de todos os esforços, não conquista.

Em Desencantada, os efeitos de Andalasia ainda estão presentes, de tal modo que a magia retorna através de um plot twist que surpreende o telespectador. Dentro dessa construção, o filme é repleto de referências ao mundo mágico, com histórias clássicas como as princesas da Disney e os contos conhecidos. Ainda assim, existe uma tentativa de unir o mundo contemporâneo, em um envolvimento espontâneo e divertido.

A proposta de recriar uma obra que já agrada o público, quase por inteireza, se torna um grande desafio. Isso porque existe uma grande margem de tornar a história forçada e superficial. A sequência de Encantada se passa 15 anos depois da trama original, ela é apresentada para um telespectador mais velho e mais crítico, que pode estranhar, por exemplo, a quantidade de números musicais e as “facilidades” do roteiro, clássico para filmes infantis com muitos detalhes previsíveis.

A magia, o amor e o poder encantam o filme “Desencantada”

Analisada como um todo, os desafios no longa são superados com facilidade. Ao retornar um elenco já conhecido, há grandes acertos, principalmente porque a dinâmica do conjunto de atores se destaca na construção da história. Outros aspectos que chamam atenção da história, se deve a fotografia e todos os elementos que colaboram com a estética de um conto de fadas delicado e forte ao mesmo tempo.

Os belos figurinos e maquiagens, são somados a performances musicais e uma trilha sonora digna de reconhecimento. Nessa junção, a obra se torna completamente agradável visualmente e entre em conformidade com os ideais propostos pelo roteiro. Dentro deles, o reforço de que a verdadeira magia se dá no amor e nas boas lembranças e de que o poder só se faz necessário quando usado para encarar a realidade com seus altos e baixos.

“Desencantada” tem uma série de reflexões que valem a atenção do telespectador. A principal delas, é o choque de realidade de que o amor e a felicidade se dão nas atitudes ordinárias do dia. O longa mostra a magia não pode ser almejada para satisfazer os próprios prazeres e que é necessário buscar a felicidade nas circunstâncias existentes, sem grandiosidades. Para isso, foi necessário conduzir uma história que consegue emocionar e divertir, proveniente da direção de Adam Shankman.

A sequência de “Encantada” é um verdadeiro presente para os fãs de histórias de princesa. Aos que amaram o primeiro longa, irão se encantar com o segundo. Dessa vez, destaca-se personagens mais bem explorados e uma história tão divertida quanto. É o tipo de produção bem feita desde os simples detalhes até os maiores, que agradam ao público geral e podem trazer algumas ressalvas de roteiro, caso assistido com olhar totalmente analítico.


























Avaliação: 4.5 de 5.

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