Propulsor do foguete SLS - Nasa - Nasa

foguete pode ‘vencer’ antes de lançamento para a Lua

Tecnologia

Foguetes também têm prazo de validade. Com a data de lançamento da missão Artemis, para a Lua, há meses sendo adiada por problemas técnicos e tempestades, o SLS (Space Launch System ou Sistema de Lançamento Espacial) corre o risco de expirar sem nunca sair do chão.

O enorme foguete é equipado com dois propulsores, construídos pela Northrop Grumman, que vencem em 9 de dezembro e 14 de dezembro deste ano. Além disso, uma licença de exposição ambiental também expira em 15 de dezembro.

Ou seja, se o lançamento da missão não ocorrer até o início de dezembro, será preciso realizar análises para ver se as datas de validade dos componentes podem ou não ser ainda mais estendidas, explicou Jim Free, administrador associado da Diretoria de Missão de Desenvolvimento de Sistemas de Exploração na sede da Nasa, em Washington DC.

O SLS começou a ser montado há quase dois anos, em um longo e trabalhoso processo de “empilhamento” que foi concluído em outubro do ano passado.

“Depois de montar o primeiro segmento do foguete, inicia-se um cronômetro de expiração, que originalmente era de 12 meses no caso do SLS. Ele já foi estendido para 23 meses, mas isso expira em dezembro deste ano”, explica Cliff Lanham, gerente sênior de operações de veículos do Programa de Sistemas Terrestres de Exploração do Centro Espacial Kennedy (KSC), em coletiva de imprensa.

Propulsor do foguete SLS

Imagem: Nasa

Nova data

Agora, a Nasa quer lançar a missão Artemis 1 no dia 16 de novembro, após um breve adiamento pela passagem do furacão Nicole, que agora atinge a costa da Flórida — onde fica a base de lançamento do KSC.

A janela de lançamento de duas horas se inicia às 1h04 do horário local (3h04 no horário de Brasília). Caso não dê certo por qualquer motivo, a próxima data possível é 19 de novembro.

A primeira tentativa aconteceu no dia 29 de agosto deste ano, mas foi adiada por um superaquecimento. Em 3 de setembro, mais um vazamento de combustível foi o culpado. Após reparos bem-sucedidos, se seguiram adiamentos devido a condições climáticas — é época de furações na Flórida.

O foguete também está sendo inspecionado para ver se foi danificado pela passagem do Nicole, com ventos 120 km/h — que excedem as especificações do foguete.

foguete SLS (Space Launch System ou Sistema de Lançamento Espacial) - Nasa - Nasa
Imagem: Nasa

Volta do homem à Lua

A Artemis 1 é a primeira de uma série de ambiciosas missões que pretendem levar o ser humano de volta à Lua — e, eventualmente, até Marte. Esta viagem ainda não terá pessoas a bordo; será um grande teste “valendo” de todo o sistema, incluindo o maior e mais poderoso foguete da história na Nasa, o SLS, e a nova cápsula Orion — onde futuramente ficará a tripulação.

A viagem deve durar 42 dias, uma prova de fogo (em alguns momento literalmente) para a operação e os componentes da nave, como painéis solares e escudos térmicos, até a “amerissagem” no oceano Pacífico. Será que ela aguenta o calor, a alta velocidade e a radiação do espaço? Assim, será testada sua capacidade de chegar até nosso satélite e retornar à Terra com segurança para os futuros tripulantes.

orion - Nasa - Nasa

Simulação da cápsula Orion, com a Lua e a Terra ao fundo

Imagem: Nasa

Futuro

Se tudo der certo, em 2024, a jornada será repetida com quatro astronautas a bordo. Eles farão “apenas” um sobrevoo de dez dias, dando uma volta até o lado oculto da Lua, a cerca de 400 mil quilômetros da Terra (o mais distante no espaço profundo que qualquer ser humano já foi).

Em 2025, finalmente, o objetivo é “alunissar” (aterrissar na Lua) e desembarcar a tripulação no polo Sul, um local diferente e mais desafiador do que os visitados durante o programa Apollo. Nenhuma pessoa, nem sequer uma missão robótica, já pousou lá.

Depois de 2034, se bem-sucedido e com verbas, a próxima etapa do programa Artemis é instalar o “Lunar Gateway”, que orbitaria nosso satélite e serviria de ponto de apoio para missões (uma Estação Espacial em miniatura). Em parceria com outras agências empresas privadas, a Nasa também pretende estabelecer uma base permanente em solo.

A meta é que toda a estrutura e experiência também permitam viagens tripuladas a Marte, inicialmente previstas para o final da década de 2030. Nosso satélite serviria como um ponto de parada e reabastecimento neste longo trajeto.

A primeira vez que o homem esteve na Lua foi em 1969, na famosa Apollo 11, de Neil Armstrong e Buzz Aldrin. Doze pessoas diferentes já caminharam sobre o solo lunar até a Apollo 17, a última missão tripulada, em 1972.

* Com informações de Marcella Duarte, de Tilt

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